“A Novela das 8”, dirigido pelo estreante Odilon Rocha, tem como objetivo resgatar a atmosfera dos anos oitenta, tendo como pano de fundo a novela global “Dancin´ Days”, que influenciou uma geração (com roupas, músicas e comportamento), que ainda vivia sob a presença da ditadura. Amanda, viciada no drama televisivo, e Dora fogem de São Paulo para o Rio de Janeiro. O policial Brandão está no encalço das duas e neste caminho seus destinos vão cruzar com o de outros desajustados: João Paulo, um diplomata que se sente estrangeiro em seu próprio país; o revolucionário Vicente e seu irmão Pedro; e o adolescente Caio, que foi criado pelos avôs e conta com a ajuda de Mônica na luta para ser aceito como gay. Com um elenco famoso Claudia Ohana (bem), Vanessa Giácomo (excelente), Mateus Solano (contido), Alexandre Nero, Andre Ramiro, entre outros; e fotografia nostálgica - e atemporal, o filme segue narrativa novelesca com pitadas de cinema, pecando por adicionar elementos demasiados, não conseguindo um ritmo equilibrado ao dosar a resolução das reviravoltas. Os temas abordados: novela, ditadura e torturas, perseguições, homossexualidade, dramas existenciais, futilidade, alienação, defesa social. Ufa! É inevitável descambar ao melodrama apelativo. Porém não é de todo descartável. Há momentos incríveis, engraçados, perspicazes, assim como toda novela. Concluindo, um filme entretenimento com a pretensão de ser cult, que manipula a cumplicidade do espectador, para que seja perdoada a ingenuidade da direção de acreditar que com preguiça se faz cinema, querendo ser extensão televisiva. Apenas bom.