Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Scott Z. Burns
Elenco: Matt Damon, Marion Cotillard, Kate Winslet, Gwyneth Paltrow, Jude Law, Laurence Fishburne, John Hawkes, Tien You Chui, Josie Ho, Daria Strokous
Fotografia: Steven Soderbergh
Música: Cliff Martinez
Direção de arte: Abdellah Baadil, Simon Dobbin e David Lazan
Figurino: Louise Frogley
Edição: Stephen Mirrione
Produção: Gregory Jacobs, Michael Shamberg, Stacey Sher, Steven Soderbergh
Distribuidora: Warner Bros
Duração: 106 minutos
País: Estados Unidos
Ano: 2011
COTAÇÃO: “Um filme que não contagia”
A opinião (por Fabricio Duque)
O diretor americano Steven Soderbergh, de “Sexo, Mentiras e Videotapes”, “Onze homens e um Segredo”, “Erin Brockovich”, “Traffic”, é fã do cineasta Andrei Tarkovski, um dado importante a entender os seus filmes. Ele ficou conhecido por exercer várias funções dentro de um mesmo filme, como direção de fotografia, edição, direção e roteiro, assinando sob diferentes pseudônimos. No seu mais recente filme, Soderbergh utiliza os mesmos recursos: opta-se no elenco por rostos famosos – e amigos (já que muitos ou não recebem o cachê ou cobram uma bagatela), Matt Damon, Marion Cotillard, Kate Winslet, Gwyneth Paltrow, Jude Law.
Conserva a sua experimentação ao usar ângulos estilizados e inusitados da câmera – seguindo a ação, como de baixo para cima e ou ao contrário; e pela divisão da tela em inúmeros fragmentos de imagens – de vários lugares do mundo, que são extremamente verborrágicos e ágeis, e que servem para explicar o passado de seus protagonistas – e ou coadjuvantes. A narrativa remete a de filmes dos anos setenta, tentando ser documental quando insere narração jornalística. Começando no segundo dia da epidemia, explicando o primeiro no final, direciona o espectador ao filme catástrofe, tentando, sem conseguir, transpassar dinamismo e convencimento – tanto dos atores (forçados e afetados), quanto da parte técnica (a parte da cabeça sendo aberta).
Permanece no campo da superficialidade – exacerbando o sentimentalismo clichê e apelativo - a fim de buscar as respostas do contágio, com exagerados argumentos e informações. A música, irritante, acompanha o filme todo. “Escrever em blog não é ser escritor, é grafite com pontuação”, diz-se num dos momentos mais interessantes. É inevitável não inferir a “Ensaio sobre a Cegueira”, de Fernando Meirelles, porque neste filme, Soderbergh cria a metáfora do “distanciamento social” contrastando com a presença massificada da internet, que impede o ato de apertar de mão. Concluindo, fotografia interessante, elenco de peso, argumento interessante, mas não desperta a atenção, fazendo com que se olhe ao relógio, por ser longo (106 minutos de duração) e cansativo.
O Diretor
Nasceu em 1963, nos Estado Unidos. Começou a fazer curtas-metragens aos 13 anos. Em 1989, dirigiu seu primeiro longa Sexo, Mentiras e Videotape, conquistando a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Entre os filmes que dirigiu, destacam-se Traffic, vencedor de 4 Oscar em 2000, incluindo o de melhor diretor, e Erin Brockovich, Uma Mulher de Talento, também indicado ao Oscar de melhor diretor no mesmo ano. Em 2008, voltou à competição de Cannes com Che.