Manhattan (Woody Allen)



Ficha Técnica

Diretor: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen, Marshall Brickman
Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Michael Murphy, Mariel Hemingway, Meryl Streep, Anne Byrne, Karen Ludwig, Michael O'Donoghue, Damion Sheller, Wallace Shawn
Fotografia: Gordon Willis
Trilha Sonora: George Gershwin
Produção: Charles H. Joffe, Jack Rollins
Estúdio: Jack Rollins & Charles H. Joffe Productions
Duração: 96 minutos
País: EUA
Ano: 1979

COTAÇÃO: EXCELENTE




A opinião

Talvez tenha sido no filme “Manhattan” o início da inspiração de Woody Allen pela estética cinematográfica utilizada na série cidades, em “Meia Noite em Paris”, sobre a França e em “Para Roma, com Amor”, sobre a Itália. Na película sobre Nova Iorque, o diretor neurótico mais adorado pelos cinéfilos declara o seu amor incondicional pela cidade que nunca dorme. Woody a apresenta em fotografia preto-e-branco, utilizando-se da metalinguagem de se apoderar das palavras de seu personagem escritor, confuso, quase “esquizofrênico” na verborragia de pensamentos e opiniões. A câmera inicia o filme mostrando imagens documentais de uma Nova Iorque do final dos anos oitenta para ao longo da exibição limitar a cidade a planos estáticos e distantes, ora desfocados, direcionando a atenção apenas aos personagens, e às vezes percorrendo caminhadas “conversadas”, expondo ao máximo o talento e a entrega dos atores, como Diane Keaton, Meryl Streep e Mariel Hemingway (vivendo uma estudante de dezessete anos). Woody Allen é um gênio.


Principalmente por criar a atmosfera que se equilibra entre a naturalidade dos diálogos sem trilha sonora, o jazz de Cole Porter e o clássico do compositor George Gershwin, conseguindo discutir tabus sobre traições tratadas de forma adulta e dores de amor expostas como estágios adolescentes. O roteiro “bagunça” a moral, a ética, quebrando politicamente corretos, mas sem agredir ou soar preconceituoso, pretensioso e ou prepotente. Os “prés” são apresentados de forma básica e intrínseca, como se já nascessem assim: questionamentos regurgitados. Ao mesmo tempo, que se apresenta o culto, o oposto também vem à tona.


Livros, discos, jornais, máquina de escrever, cigarros (“para ficar mais elegante”), vinho, cafés, o universo do diretor é simples sem ser simplório. Ele transpassa ser genial, encantador, mas o que faz com que o admire, sem sombras de dúvida, é o seu sarcasmo, que é a forma mais explicita de inteligência, apenas pela sutileza debochada, o dotando de um incrível senso de humor. Jodie Foster foi considerada para o papel de Tracy, personagem de Mariel Hemingway no longa. É um dos filmes que o diretor menos gosta, embora seja um dos seus maiores sucessos comerciais. Um dos poucos longas de Woody Allen que não possui os créditos de abertura. Vencedor de BAFTA: Melhor Filme e Melhor Roteiro e do César de Melhor Filme Estrangeiro.









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